Você não precisa virar Tio Patinhas para cuidar do seu dinheiro

Enquanto eu pensava sobre esse tema, de que ninguém precisa virar um Tio Patinhas para cuidar do próprio dinheiro, comecei a me perguntar quantas pessoas das gerações mais novas sabem quem é esse personagem. Sim, porque dependendo da sua idade pode ser até que você nunca tenha ouvido falar sobre ele.

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Portanto, se esse for seu caso, antes de continuar a leitura veja o vídeo abaixo, Como o Tio Patinhas ficou tão rico?, publicado no canal CineLoucura Show no YouTube. Bom, mas mesmo que você saiba quem é esse pato ranzinza mais rico das histórias em quadrinhos, assista também e mate a saudade. (rs)

Por que Tio Patinhas como referência?

Porque há uma interpretação socialmente equivocada de que você precisa tornar-se sovina e apegado ao dinheiro, como o pato dos quadrinhos, para cuidar dele. Uma vez que dinheiro faz parte de sua história antes mesmo de você ter sido concebido(a), aprender a lidar com ele é importante exatamente para que ele seja usado como suporte para proporcionar tranquilidade, qualidade de vida, conquista de sonhos, conforto e liberdade de escolhas em todos os aspectos.

Ele é necessário em qualquer nível social. Lembre-se que seus pais precisaram dele para viver antes de você, para te trazer ao mundo, para te ver crescer, para te dar educação e tudo o mais para sua sobrevivência e que você, independentemente de sua idade, continuará precisando dele para si e para outros que dependem de você (podendo até mesmo ser seus pais, já mais velhos), até o seu último dia neste planeta – e quem ficar precisará dele para o seu funeral e para toda a burocracia pós-morte. Portanto, não se deixe enganar pelo discurso paralisante e sem o mínimo sentido de que “você não quer se tornar uma pessoa negativa, avarenta, pão-dura etc.” por querer dar atenção a suas finanças pessoais e estabelecer um planejamento financeiro para alcançar objetivos de curto, médio e longo prazos.

Nesse planejamento, inclusive, entrará uma porcentagem para seu lazer e para seu bem-estar no presente, ou seja, você não precisará se matar, deixar de fazer o que gosta, só para ver os investimentos aumentarem. O que muda é a forma de gastar, abandonando gastos desnecessários e acima do seu orçamento e focando nos seus projetos.

Nathalia Arcuri, uma das pessoas que mais admiro e da qual sou seguidora há algum tempo, sugere a fórmula 30/70, como você pode ler no post A receita do sucesso financeiro 30/70. Em sua sugestão estão 10% dos seus ganhos mensais para você gastar mensalmente como quiser, mas os investimentos  devem ficar na casa dos 30%.

Se essa porcentagem for alta para você, siga o conselho da maioria dos educadores financeiros e comece com 10% do seu salário para investir, mas procure aumentar isso com o passar do tempo, pois você precisa pensar nas reservas ao longo do caminho, começando com a de emergência (veja aqui o que significa), mas sempre almejando a independência financeira (veja aqui o que significa), que será o coroamento em sua caminhada.

A moedinha número 1

Voltando ao Tio Patinhas, ele tem um talismã guardado numa redoma de vidro e do qual cuida com muito amor: a moedinha número 1, a primeira que ganhou quando começou a trabalhar. Para simbolizar a mudança em minha vida financeira a partir do conhecimento e da prática que fui adquirindo nessa área e dos resultados positivos que isso me trouxe, comprei a reedição feita pela Editora Abril, em 2016, do Manual do Tio Patinhas (publicado pela primeira vez em 1972).

Com ele, veio a lendária moedinha número 1 no valor de 1 pataca. Ela está numa redoma também, que fiz exclusivamente para ela, e seu simbolismo é muito marcante: o caminho que comecei a trilhar no mundo das finanças pessoais não tem retorno e tem me trazido muitas compensações. E isso funciona como combustível para reforçar meu comprometimento diário com meu planejamento financeiro em busca da sonhada independência financeira que está, ainda que milimetricamente, cada dia mais perto.

Moedinha número 1 do Tio Patinhas no post Você não precisa virar um Tio Patinhas para cuidar do seu dinheiro.
As edições da moedinha número 1 e a redoma que fiz para a minha, com almofadinha e tudo, bem similar à do Tio Patinhas – espero que a Maga Patalógica não leia este post e planeje roubá-la (rs).

Nem avarento nem consumista inconsciente

Espero que você tenha percebido que no mundo das finanças pessoais a regra 8 ou 80 também não se aplica, uma vez que, de uma forma ou de outra, somos todos consumistas, ou seja, precisaremos sempre pagar por algo para vivermos. O que muda é como esse consumo acontece: se de forma consciente – vivendo de acordo com seus ganhos e sem dívidas, sem perder de vista o investimento mensal e constante – ou inconsciente – resultante de impulsos e de desejos mesmo quando seus ganhos são insuficientes para pagar por eles, o que gera endividamento e preocupações desnecessárias após alguns minutos de prazer gerados pela compra, além de te deixar numa situação de extrema vulnerabilidade diante de algum imprevisto.

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(Escrito por Amandina Morbeck)

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