Jura que você compra presente para quem não gosta?

Natal chegando, provavelmente você já foi às compras ou planeja ir pelos próximos dias e eu gostaria de te perguntar: você compra presente para quem não gosta só para cumprir um papel social? Essa pergunta me veio à mente depois que recebi um banner com 3 regras engraçadas de Natal (Christmas rules):

  1. Não endivide-se tentando mostrar às pessoas o quanto você as ama;
  2. Não visite sua família se isso comprometer sua saúde mental;
  3. Se comentarem sobre o seu peso… coma essas pessoas.

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A número 1 me chamou a atenção porque essa é a época do ano mais explorada comercialmente, na qual muitas pessoas se sentem obrigadas a darem presentes umas às outras. Sempre fui avessa a essas obrigações, pois para mim pouco importam demonstrações materiais de afeto. O que conta mesmo são o carinho, a troca, a cumplicidade, a confiança, o companheirismo, o respeito, enfim, o amor entre mim e as pessoas ao longo dos meses, independentemente do nível da relação (amizade, coleguismo, romântica, hierárquico etc.). Gosto de dar presentes, sim, muitas vezes sem nada de especial acontecendo, mas vivo completamente fora dessa história de comprar presente para quem não gosto apenas para “não ficar mal na fita”, para corresponder ao que é esperado. E espero também que, quem me presenteia, o faça de forma espontânea e carinhosa. Não posso conceber alguém comprando algo para mim por pura obrigação.

O que você recebe mensalmente não vem de forma fácil

Nada do que você recebe em pagamento pelo seu trabalho é conquistado com facilidade, por isso não deveria ser gasto sem critério. Pense no que você teve de vivenciar até o salário, o bônus ou o pro-labore chegar às suas mãos ou à sua conta-corrente – provavelmente você já pagou um preço muito mais alto por ele. Como? Saindo de casa (sem ter certeza se vai voltar), chacoalhando num ônibus, num trem ou num metrô, dirigindo seu carro ou sentado no banco do passageiro nele ou num táxi, correndo riscos, ficando longe do lar, perdendo horas de sono, sendo pressionado(a) por resultados, sentindo medo de ser alvo de criminosos na rua ou no seu trabalho, correndo para deixar ou buscar filho na escola/na creche, lidando com a insegurança de saber que seu emprego está sempre por um fio e por aí vai.

Por isso, qual o sentido de pegar parte desse dinheiro tão suado e gastar com alguém que não vai valorizar, com quem você não tem afinidade ou nem mesmo admira, independentemente do nível de relacionamento? Pois é…

Fora isso, têm aqueles presentes que a gente sabe que a pessoa não precisa, que vai fazer zero de diferença na vida dela. Por exemplo, será que em vez de dar uma blusa, um par de sandálias ou uma bolsa para sua esposa, uma camisa, um par de botas ou uma mochila para seu esposo, mais um carrinho ou mais uma boneca para seu filho(a), artigos que eles não precisam, o melhor não seria conversar e, se for o caso, presentarem-se com algo simbólico? Como seria se todos combinarem de guardar aquele dinheiro para quitar uma conta, pagar o IPVA à vista, não parcelar compra de material escolar e já planejarem o novo ano de forma que, com menos contas para pagar, discutirem sobre a possibilidade de, no próximo fim de ano, saírem de férias juntos e viajarem para um lugar que é sonho de todos? Ou adquirirem algo que vá realmente beneficiar a todos? Isso se chama planejamento financeiro e deveria envolver toda a família.

Reveja seus gastos para chegar ao fim de 2019 com mais equilíbrio financeiro

Pense em tudo o que vai gastar nesse fim de ano, como provavelmente já aconteceu em todos os outros – Natal e festa de ano-novo – e no que te espera de contas extras (ou seja, fora as regulares como moradia, alimentação, transporte, eletricidade etc.) já nos dois primeiros meses seguintes, como também acontece todos os anos – algumas podem se aplicar a você, outras não, mas sempre haverá algo a pagar: IPVA e demais tributos do veículo, matrícula em escola/curso, material escolar, IPTU, anuidade(s) profissional(is) etc. Você já tem o dinheiro reservado para essas despesas ou vai parcelar, utilizar cheque especial, pedir empréstimo consignado etc. para dar conta delas? E se, no meio do ano, você for demitido, por exemplo? Você já tem sua reserva de emergência (veja aqui) para utilizar se algum imprevisto acontecer?

Espero tê-lo(a) ajudado a refletir sobre o que está prestes a acontecer este ano e sobre a oportunidade que você tem de mudar sua história para os próximos que virão, principalmente se você estiver vivendo com endividamento desnecessário e gastando com o que poderia ser evitado. Suas festas de fim de ano não precisam ser sem graça com menos gastos – tudo é questão de prioridade, de uso da criatividade e do que você idealiza para ter presente e futuro melhores.

Mais importante que tudo, não espere mais um segundo para parar de fazer dívidas e focar no seu enriquecimento para ter mais tranquilidade hoje e amanhã. Coloque como objetivo de vida deixar de correr atrás do dinheiro e fazer com que ele trabalhe para você, conquistando a independência financeira (veja aqui seu significado).

Você também pode curtir o post Você não precisa virar um Tio Patinhas para cuidar do seu dinheiro (clique aqui), no qual sobre a diferença entre ser pão-duro e saber fazer escolhas de consumo conscientes.

(Acesse aqui a lista com todos os posts publicados no blog do Você e seu Dinheiro.)

(Escrito por Amandina Morbeck)

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