Nunca é demais falar sobre planejamento financeiro

Cá estou, mais uma vez, falando sobre planejamento financeiro. Mas por que essa insistência? Porque nunca é demais bater nessa tecla! O planejamento nada mais é do que o processo de organização das finanças pessoais para que você tenha os montantes para atender as necessidades do cotidiano com tranquilidade, sem perder de vista a construção de um patrimônio financeiro para alcançar objetivos de curto, médio e longo prazos ao longo da vida. Afinal, como eu também almejo, acredito que você queira viver muito e com o máximo de bem-estar possível, tendo recursos suficientes para pagar por isso dentro do padrão de vida que escolher viver.

Não basta apenas viver muitos anos. É preciso garantir, no fazer constante de um presente bem vivido e com responsabilidade financeira, a qualidade para a vida que você almeja no futuro. Pergunte-se sempre como o você de hoje cuidará do você de amanhã.

Mais importante que tudo, nunca é cedo ou tarde demais para começar, pois qualquer mudança positiva feita no presente resultará num futuro melhor também. Muitas vezes, ouço comentários do tipo: “Ah, mas já estou com 50 anos, não dá mais tempo para nada”, ou “Sou muito jovem para ficar me preocupando com essas coisas de dinheiro; estou na fase de curtir a vida”. Ambos estão fazendo afirmações absolutamente equivocadas. Para ambos os casos, recomendo a leitura deste post que escrevi: Idade como justificativa em finanças pessoais. Quando não queremos sair do lugar, continuar na zona de conforto, usamos de qualquer desculpa para não nos mexermos, para não fazermos mudanças.

Alguns pontos fundamentais no processo de construção do patrimônio financeiro

  • Nada acontece milagrosamente ou apenas com a afirmações do tipo “amanhã tudo será melhor” se seus hábitos e sua atitude em relação ao dinheiro – ganhos versus gastos – continuarem iguais;
  • Para colher resultados positivos no presente e no futuro são necessários disciplina, comprometimento em manter-se fiel ao que foi estabelecido – de acordo com sua realidade – e responsabilidade pessoal visando objetivos maiores. Lembre-se sempre de que não adianta esperar resultados diferentes se você continuar fazendo tudo do mesmo jeito;
  • Ao tomar as rédeas de sua vida financeira em mãos, momentos de sacrifício e de recompensas farão parte do processo;
  • É preciso deixar de lado o imediatismo e a ilusão de que a conquista de seus sonhos acontecerá em semanas ou meses;
  • Será necessário definir o que virá no médio e no longo prazos para conquistas como aquisição de imóvel, troca de carro, faculdade de filhos, aposentadoria, abertura do próprio negócio, realização de intercâmbio, sair de férias, tirar um período sabático etc. sem abrir mão do cuidado com o presente;
  • Sejam quais forem os objetivos de vida, tudo começa com um diagnóstico da situação presente por meio de um orçamento bem feito. Você precisará responder às perguntas: a) com que tipo de vida você sonha?, b) quanto você precisa ter em investimentos para garantir sua sobrevivência e se proteger contra imprevistos?, c) quanto você precisa para viver com tranquilidade e ter a possibilidade de escolher a hora de parar de trabalhar por obrigação?;
  • É muito importante valorizar o preço que você paga antecipadamente com seu trabalho até receber o salário (ou pro-labore, honorários etc.) que te garante a sobrevivência e a realização de seus sonhos;
  • É necessário olhar seu dinheiro com seriedade e respeito, buscando os melhores caminhos, por meio de conhecimento e de comprometimento pessoal, para alcançar uma estabilidade financeira mais plena no presente e no futuro.

Aqui entra também a máxima repetida pelo mestre em finanças pessoais Gustavo Cerbasi: “Enriquecer é uma questão de escolha”. São nossas escolhas diárias, por mais que insignificantes e bobinhas que possam parecer, que contribuem para termos mais ou menos dinheiro, mais ou menos dívidas, mais ou menos estresse relacionado a finanças. Por isso a importância de um planejamento financeiro bem feito.

Planejamento financeiro é suporte para voar mais alto

Ao contrário do que muitas pessoas acham, planejamento financeiro não é uma camisa-de-força que vai fazer com que vivam com limitações, fazendo sacrifícios no presente para um dia ser recompensado, usufruindo do que acumulou. Pelo contrário, viver sem planejamento é que faz com que vivam com restrições por estarem sempre no limite, com a corda esticada a ponto de romper por causa de gastos não planejados, de imprevistos e de impossibilidade de ter mais qualidade de vida no presente e, por consequência, também no futuro.

Na verdade, planejamento financeiro nos dá asas, pois funciona como um mapa para nos guiar no cuidado com o dinheiro, para nos ajudar a irmos mais longe. Assim, podemos ter o suficiente para viver o presente com mais tranquilidade e para investir para realizar sonhos ao longo do tempo, para alcançarmos objetivos realistas e para chegarmos à aposentadoria com um montante que nos garanta uma velhice com segurança, com proteção e com independência.

Planejamento financeiro tem começo, meio e fim

Alguns passos necessários para conquista de uma vida financeira saudável e equilibrada:

    1. ORÇAMENTO -> sim, sempre ele, o primeiro e mais fundamental dos passos, pois todos os cálculos das reservas necessárias serão baseados no quanto você ganha, no quanto você gasta e no que almeja no futuro. É preciso conhecer detalhadamente sua realidade financeira – pois os números não mentem – para começar a mudá-la e a mudar também sua relação com o dinheiro. Esse orçamento – que deve ser para 12 meses à frente – pode ser feito do jeito que você achar melhor: numa planilha de Excel, em folhas de papel, num caderno, num aplicativo para smartphone. O importante é visualizar com clareza de onde vem e para onde vai seu dinheiro. Dessa forma, você não terá surpresas ao longo do caminho e também não repetirá mais aquelas velhas frases de que não sabe para onde vai seu dinheiro, de que o que ganha nunca é suficiente.
    2. DISCIPLINA E COMPROMETIMENTO -> com o orçamento em mãos e com seu planejamento estabelecido para os diferentes prazos, desenvolva a disciplina para manter o comprometimento e seguir o que estabeleceu. Não diga que não ganha o suficiente para poupar e investir ou que vai esperar ter aumento de salário ou de outros ganhos para começar. Nunca é demais repetir, de novo e de novo: mais importante não é o quanto você ganha, mas o quanto e como você gasta.
    3. CONHECIMENTO SOBRE FINANÇAS -> ler, fazer cursos, acessar blogs, portais e sites de relevância, participar de fóruns, seguir educadores financeiros nas mídias sociais e procurar se relacionar com pessoas que compartilham de seus propósitos, entre outros, são pequenos passos em direção à conquista de seu equilíbrio financeiro. Aprenda a separar promessas vazias do que tem valor, não caia em promessas fantasiosas de altos ganhos sem a mínima conexão com a realidade econômica do Brasil e do mundo (veja aqui sobre as famosas pirâmides financeiras).
    4. DIGA “NÃO” SEM MEDO -> é muito importante aprender a dizer “não” para tudo aquilo que pode te tirar do seu planejamento, sejam gastos excessivos, compras por impulso ou consumo para agradar amigos, colegas e familiares, para “não parecer sovina” ou “para ser aceito(a)”. Feche os olhos para propagandas que nos bombardeiam o tempo todo, tentando nos convencer de que precisamos daquele produto, que seremos mais felizes se o adquirirmos, que ficaremos mais incríveis se… (são tantos “se”, não é mesmo?). Lembre-se sempre de quem paga suas contas depois que você se endivida.
    5. MERCADO E PRODUTOS FINANCEIROS -> entender como funciona o mercado e quais são os índices e as taxas que nos afetam no dia a dia e conhecer sobre produtos financeiros são aspectos fundamentais para você lidar melhor com seu dinheiro, mesmo contando com a ajuda de um profissional para caminhar seu lado, como um(a) planejador(a) financeiro(a).
    6. BUSQUE SUA INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA -> esse deve ser o objetivo maior do planejamento financeiro, o seu Everest. Por quê? Porque a partir do momento em que você acumula investimentos que geram rendimentos para cobrir todas as suas despesas e também pagar por seus sonhos de vida, você deixa de correr atrás de dinheiro e ele passa a ser o seu servo. Desse momento em diante, você pode escolher se quer continuar trabalhando por prazer ou não, deixando de fazer isso por obrigação. E você poderá usufruir plenamente do patrimônio financeiro que acumulou, mantendo sempre o cuidado com ele, acompanhando, fazendo ajustes quando necessário e mantendo o seu comprometimento com o planejamento estabelecido.

Finalizando, te convido a complementar essa leitura com este outro post sobre o mesmo tema: Planejamento financeiro não é só preencher planilha.

(Acesse aqui a lista com todos os posts publicados no blog do Você e seu Dinheiro.)

Escrito por Amandina Morbeck

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