Home equity: você já ouviu falar sobre isso?

Outro dia, recebi uma mensagem de um aluno perguntando o que eu achava de home equity. Ele tinha ouvido falar sobre isso e queria saber minha opinião, inclusive citou a empresa que havia pesquisado. Neste post, farei um resumo do que conversamos.

Home equity é um transação financeira – comum nos Estados Unidos – cuja característica é o devedor dar seu imóvel como garantia para contratar um empréstimo. Em outras palavras, é como se uma pessoa financiasse ou refinanciasse o seu imóvel com determinado banco. Dessa forma, ela consegue pagar juros mais baixos, já que o imóvel dá mais segurança à instituição em caso de inadimplência por parte do devedor.

Trocando dívida mais cara por outra mais barata

A recomendação que nós, educadores financeiros, sempre fazemos é de se evitar endividamento. Mas há situações em que isso pode ser revisto. Uma delas é trocar dívida mais cara por outra mais barata. Como assim?

Digamos que a pessoa está inadimplente ou muito endividada, pagando juros de 6% ao mês sobre o montante que deve. Sem ter outra maneira de resolver a situação a não ser aceitando pagar esses juros altos, ela descobre que existe uma possibilidade, como o home equity, em que seu imóvel entra como garantia para conseguir um empréstimo com taxa de 2% ao mês. Ela está pagando 6% ao mês e teria uma diminuição de 4% ao mês em sua dívida, o que faria uma diferença imensa. E aí o que ela pode fazer? Contratar o emprésimo com taxa de juros mais baixa, quitar a dívida em que pagava mais caro e fazer um planejamento sério para quitar essa nova obrigação o mais rapidamente possível.

Um ponto que é muito importante destacar é que ao fazer isso, a pessoa deixa de ser a única proprietária do imóvel – geralmente, os empréstimos são de até 50% do valor avaliado. E se acontecer um problema ao longo do tempo e ela não conseguir pagar as parcelas, o seu “sócio”, ou seja, o banco para quem ela deve, tomará as providências legais para ter seu dinheiro de volta. Dessa forma, ela corre o risco de perder aquele bem.

Outras finalidades para contratar o home equity

A fintech Pontte, fundada em 2018, trabalha com a oferta desse tipo de crédito e lista outras opções para utilização do empréstimo – além da quitação de dívidas. Veja abaixo:

  1. Investir no próprio negócio
  2. Reformar o imóvel
  3. Refinanciar o imóvel
  4. Pagar os estudos

A empresa também tem financiamento de imóvel em seu portfólio.

Muito cuidado ao fazer novas dívidas

Ao compartilhar sobre a existência dessa modalidade de crédito não significa que eu seja favorável a esse – ou qualquer outro – tipo de endividamento. Dentre as opções que a Pontte oferece – mas poderia ser qualquer outra que trabalhe da mesma forma -, as duas que poderiam ser consideradas para contratação em situação planejada são: a) para quitar dívida mais cara por outra mais barata, como comentei acima, e ainda assim com muita análise, pés no chão, sem desviar um centavo do propósito para o qual o dinheiro foi contratado e b) para refinanciar o imóvel se os juros do financiamento já contratado forem muito altos em comparação ao oferecido hoje (isso, claro, depois que já tiver tentado renegociar com o próprio banco ou ter tentado portabilidade).

Dívidas, não; planejamento, sim

Reformar imóvel, pagar estudos ou investir no próprio negócio catalogarei como sonhos possíveis que, por meio de um bom planejamento financeiro, podem ser conquistados de outra maneira: por meio de investimentos programados e não por meio de endividamento. O cuidado com as finanças pessoais e familiares deve merecer atenção especial sempre, mas o que estamos vivendo há mais de um ano torna esse aspecto particularmente sensível porque estamos no meio de muita instabilidade econômica e lidando com uma pandemia que, embora haja indícios de estar perdendo força, ainda não acabou e vai deixar consequências mais ou menos duradouras.

Fora isso, a inflação em ritmo acelerado, a taxa de desemprego muito alta e a queda no consumo geral no Brasil, combinadas com uma desaceleração econômica mundial, não desenha perspectivas muito positivas de recuperação a curto prazo. Evitar endividamento é sempre a decisão mais inteligente no dia a dia, independentemente de fatores externos. E quando há tantos fatores indicando que é preciso ainda mais cautela no cuidado com o dinheiro, a decisão mais sábia é virar totalmente as costas para ele, principalmente para realizar o que pode esperar.

(Acesse aqui a lista com todos os posts publicados no blog do Você e seu Dinheiro.)

Escrito por Amandina Morbeck | Foto: Reprodução/GB News Network

Siga o Você e seu Dinheiro no Instagram – @voceeseudinheiro

Acompanhe nossas publicações sobre dinheiro, mercado financeiro, investimentos, planejamento financeiro e finanças pessoais. Te espero lá.


Informe seu e-mail abaixo, clique em “Enviar” e receba os links dos novos posts diretamente em sua caixa postal.

    E-mail (*)

    Comentários via Facebook


    Deixe um comentário