Mulheres colocam a segurança financeira sob risco ao transferirem as decisões financeiras de longo prazo aos cônjuges

A maioria das mulheres no mundo (58%) transfere decisões financeiras de longo prazo aos cônjuges, colocando sua segurança financeira futura em risco, de acordo com uma pesquisa do UBS com aproximadamente 3.700 mulheres casadas, viúvas e divorciadas, com alto padrão de vida, em nove países.

(Esta é uma tradução do texto original publicado em 6 de março de 2019 conforme link no final do post.)

O último UBS Investor Watch, um estudo global recorrente sobre Indivíduos com Alto Patrimônio Líquido (HNWI, do inglês High Net Worth Individuals) e seu comportamento, descobriu que a maioria das mulheres ricas (85%) cuidam das despesas do dia a dia, enquanto homens lidam com planejamento de longo prazo. Essa abordagem dividida deixa muitas mulheres mal preparadas para gerenciar as necessidades financeiras após momentos críticos em sua vida, como divórcio ou morte do parceiro. O Investor Watch descobriu que a transferência de decisões importantes financeiras das mulheres para seus cônjuges está presente em todas as gerações, dos millenials aos baby boomers.

Entre os achados mais importantes estão:

  • Mulheres são bem conscientes de suas necessidades financeiras de longo prazo – as 3 necessidades principais identificadas pela maioria das maiores em nível global incluem planejamento para aposentadoria (76%), cuidado de longo prazo (72%) e seguro (68%).
  • No entanto, poucas estão à frente no gerenciamento das próprias finanças no longo prazo – apenas 23% delas, em nível global, encarregam-se das decisões de planejamento para períodos longos.
  • Mais da metade das mulheres em nível global (58%) deixam que seus cônjuges tomem decisões cruciais de longo prazo – as razões variam de “meu marido nunca me encorajou” a “meu marido sabe mais” sobre o assunto.
  • Mulheres millenials tendem ainda mais a deixar que os homens liderem – surpreendentemente, 59% das mulheres entre as idades de 20 a 34 anos deixam que seus cônjuges assumam o comando, comparado a 55% das que têm mais de 50 anos.
  • Essa falta de participação contrasta com 9 em 10 mulheres globalmente que declaram aumento na confiança e queda no estresse quando os parceiros participam igualmente nas decisões financeiras.

“Quando 58% das mulheres no mundo – incluindo millenials – transferem aos homens essas decisões financeiras importantes, nós precisamos perguntar o motivo”, disse Paula Polito, diretora do UBS. “Essa dinâmica pode se perpetuar pelas próximas gerações, a menos que homens e mulheres se comprometam a tomarem as decisões financeiras em conjunto.”

Millenials tendem mais a transferir

Mulheres millenials têm mais probabilidade do que as gerações mais velhas de deixar que seus cônjuges tomem as decisões sobre finanças. Cinquenta e nove por cento das mulheres entre 20 e 34 anos de idade deixam que eles assumam, comparado com 55% das mulheres acima de 50 anos. Esse percentual chegou a 73% em Cingapura e 69% das mulheres millenials no Reino Unido. A América Latina foi a única região a inverter essa tendência, com apenas 41% das mulheres no México e 40% no Brasil a deixar tudo nas mãos dos seus cônjuges.

A maioria das mulheres mais novas diz que tem responsabilidades mais urgentes do que planejamento financeiro e investimento e também acredita que seus cônjuges sabem mais sobre finanças no longo prazo.

Trabalhar como um casal dá certo

De acordo com o relatório, há uma solução simples que envolve trabalharem juntos. Mulheres que compartilham com seus esposos a mesma responsabilidade em investimentos de longo prazo dizem que há benefícios claros. Mais de 9 em 10 mulheres (91%) dizem que se sentiram menos estressadas e estavam mais confiantes em relação ao seu futuro financeiro (94%) acreditando que elas e seus parceiros erraram menos quando os dois estavam envolvidos (93%).

Lições de viúvas e divorciadas

O conselho de mulheres que vivenciaram a morte do companheiro ou um divórcio é claro. Três quartos (76%) das viúvas e divorciadas preferiam ter se envolvido mais nas decisões de longo prazo enquanto estavam casadas, em vez de tentar lidar com elas enquanto enfrentavam mudanças de vida tão significativas. Níveis mais altos de engajamento também podem proteger mulheres de descobertas desagradáveis mais tarde na vida, com 74% delas sendo surpreendidas negativamente em relação a finanças depois do divórcio ou da morte do cônjuge.

Sobre a pesquisa

À medida que as expectativas de vida aumentam e as taxas de divórcio permanecem altas, mais mulheres podem se tornam as únicas responsáveis pelas próprias finanças. UBS Global Wealth Management embarcou na pesquisa para avaliar o nível de envolvimento e a satisfação das mulheres com suas finanças.

De setembro de 2017 a janeiro de 2019, o UBS conversou com 3.652 mulheres. Dessas, 2.251 estavam casadas e com pelo menos US$ 1 milhão em ativos financeiros. As outras, 1.401, eram divorciadas ou viúvas e tinham pelo menos US$ 250 mil em ativos financeiros.

O UBS também conduziu entrevistas detalhadas com 71 mulheres. A amostra global inteira foi dividida entre 9 mercados: Brasil, Alemanha, Hong Kong, México, Cingapura, Suíça, Itália, Reino Unido e Estados Unidos.

Fonte original: https://www.ubs.com/global/en/media/display-page-ndp/en-20190306-financial-security.html.

Escrito por Amandina Morbeck | Imagem: Reprodução

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