Dólar e ouro foram os melhores investimentos em 2020

Marcado por tanta turbulência nos mercados financeiros mundiais, dólar e ouro foram os melhores investimentos em 2020, com alta de 28,9% e 24,4%, respectivamente, segundo dados da Economatica. Esses dois ativos são muito utilizados como hedge ou proteção de carteira em momentos de incertezas e de grandes variações nas bolsas de valores. Aqui, como aconteceu em outras partes do mundo, eles se destacaram ainda mais por causa da pandemia.

No nosso país, além dessa séria questão sanitária afetando perdas de vidas, desemprego, fechamento de empresas, endividamento e insegurança, ainda precisamos lidar com a falta de direção da nossa economia já capenga e de clareza em relação às políticas fiscal e tributária. Com isso, independentemente dos fatores externos atuais, ouro e dólar são alternativas importantes para proteção e diversificação e para preservação de capital.

O ouro vem em barras? Preciso comprar dólar numa casa de câmbio?

Algumas pessoas perguntam se é preciso ter ouro em barras e comprar dólar em casa de câmbio, mas em se tratando de investimentos a resposta é não. Existem fundos de investimento lastreados num ou noutro desses ativos ou que têm os dois juntos. Esses produtos podem ser adquiridos via corretoras, por exemplo.

Um aspecto importante aqui é entender que para hedge e diversificação, apenas um percentual da carteira é alocado neles e não todo o capital. Por que isso? Porque uma carteira de investimentos deve ser construída conforme o planejamento financeiro pessoal com papéis que, independentemente da classe, são sujeitos à volatilidade do mercado financeiro. A busca por um balanceamento, com percentuais distribuídos em classes de ativos, é para que, nesse sobe e desce natural do mercado (que reage a inúmeras variáveis para cima ou para baixo), a possibilidade de perda substancial seja minimizada.

Planejamento sempre vem antes de investimento

Nunca é demais destacar: investir é a última etapa quando começamos a cuidar seriamente do nosso dinheiro. Na caminhada para acúmulo de patrimônio para conquista de objetivos de vida no presente e no futuro – como segurança, educação pessoal e dos filhos, viagens, intercâmbio, mudança de cidade ou de país, lazer, aposentadoria, primeiro imóvel ou troca por outro, primeiro carro ou troca por outro, proteção pessoal e/ou familiar etc. – não podemos ficar batendo a cabeça sem saber para onde estamos indo. É preciso ter finalidade para cada real guardado.

Assim, ouro, dólar, CDB, LCI, LCA, LC, debêntures, Tesouro Selic, Tesouro IPCA, CRI, CRA, fundos diversos etc. só farão sentido se estiverem dentro de um contexto para que seu patrimônio cresça de acordo com seu orçamento, com seu perfil de investidor(a) e com seus sonhos. Se você tem interesse em aprender mais sobre essa área, faça cursos, busque por conhecimento. Se não tem tempo para isso ou não é de seu interesse, conte com ajuda profissional – que pode ser desde uma consulta a um planejamento completo com acompanhamento periódico. O importante é saber sempre para onde você está indo, em que terreno está pisando, por que está seguindo aquele caminho e o que fazer se e quando for necessário realizar ajustes no percurso.

Planejamento financeiro não é um projeto no qual se esquece o presente para um dia, lá na frente, você usufruir do que acumulou. Ele é apenas a caminhada direcionada para que viver com conforto seja parte do seu presente e também do seu futuro. Ainda mais quando trabalhamos com a possibilidade de vivermos cada vez mais anos. Mas o ideal é que os anos de vida sejam acompanhados por qualidade para serem aproveitados da melhor maneira possível.

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Escrito por Amandina Morbeck | Imagem: Reprodução/Sebrae

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