O que você recomenda para eu investir determinado montante de dinheiro?

Perguntas como “O que você recomenda para eu investir xis reais que consegui economizar?” ou “Qual a melhor ação para comprar com um dinheiro que entrou da venda do meu apartamento?” me são muitas vezes dirigidas pessoalmente por conhecidos ou via e-mail por internautas que visitam meu site. E a única resposta possível é “não sei”. Ela não significa descaso de minha parte, mas responsabilidade. Porque realmente não há como oferecer qualquer tipo de recomendação sobre o que alguém pode fazer com o dinheiro que tem disponível – seja por meio de seus ganhos regulares, do que conseguiu economizar ou de um montante inesperado – sem conhecer sua realidade, sem saber qual é seu projeto de vida.

Há um caminho a ser percorrido antes de pensar em investimento

Há problema nestas duas situações:
a) pensar que ter pouco dinheiro é impeditivo para mudar a situação financeira para melhor ou
b) achar que qualquer dinheiro precisa ser imediatamente investido quando não se tem objetivos definidos para isso.
Em ambas, o que vai fazer  diferença é o planejamento financeiro.

Por que planejamento financeiro é tão importante?

Porque ele é o farol que vai direcionar a vida financeira de uma pessoa para a conquista de seus sonhos e de seus objetivos, independentemente da idade que tem ou de seu momento existencial. Muita gente acha que planejamento financeiro significa puramente restrição orçamentária no presente para alcançar condições melhores no futuro, mas não é nada disso. Os ajustes que forem necessários certamente se refletirão de forma positiva no futuro, mas o presente não pode e não deve ser negligenciado.

A caminhada para construção do patrimônio geralmente é lenta, mas deve ser constante. E envolve mais de um aspecto da vida da pessoa e, se for o caso, de sua família também. São contemplados no planejamento:
a) ganhos e gastos bem definidos por meio de um orçamento bem feito;
b) o estabelecimento da reserva de emergência que é fundamental para trazer mais segurança ao dia a dia;
c) a definição do montante necessário para aposentadoria, para educação de filhos, para viagens e para outros objetivos futuros;
d) a análise de proteções (de vida, por exemplo) e de bens;
e) a discussão sobre questões tributárias e sucessórias.
É importante destacar que esses passos fazem parte de um processo que pode maior ou menor duração e não precisam ser abordados todos de uma vez.

E aí, por último, vêm os investimentos, que só serão definidos depois de uma análise profunda e conforme as possibilidades e as necessidades da pessoa, sem achismos, mas com dados, cálculos e respeito ao perfil de investidor de cada um. Por isso, é absolutamente impossível simplesmente dizer, como num bate-papo entre amigos à mesa de um bar, o que uma pessoa deve fazer com seu dinheiro.

E se você ainda não tem um profissional para te ajudar em seu planejamento financeiro, considere contratar um. E quanto antes, melhor.

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Escrito por Amandina Morbeck | Foto: Karolina Grabowska/Pexels

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