5 dicas para você não olhar apenas se a parcela cabe no seu bolso

Quando você se propõe a comprar algo a prazo (ou a fazer um empréstimo ou financiamento), independentemente do valor e geralmente em “suaves prestações”, considere a simples sugestão de não olhar apenas se a parcela cabe no seu bolso.

Por quê? Porque ao fazer isso você ignora estes 5 fatores muito importantes:
1- pode haver acréscimos embutidos nesse valor aparentemente pequeno, mesmo que a propaganda diga o contrário;
2- negociar pagamento à vista geralmente rende desconto, o que significa mais dinheiro no seu bolso;
3- seu orçamento ficará comprometido pelo tempo que durar o compromisso assumido e se algum imprevisto acontecer durante esse tempo você poderá ficar bem mais endividado(a);
4- não faz sentido a afirmação de que “quem não faz dívida não tem nada na vida”;
5- compras planejadas e não por impulso não precisam de parcelamento – o que seu orçamento e sua tranquilidade mental certamente agradecem.

Vamos ver cada um deles separadamente e você poderá tirar suas próprias conclusões ao final.

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1- Acréscimos embutidos nas parcelas

Quando você faz um empréstimo ou um financiamento, de cara você já sabe que taxa vai pagar. Um exemplo simples: R$ 2.000,00 no Banco Xis, para pagamento em 12 vezes, com juros de 2% ao mês –> 12 parcelas x R$ 189,11 = R$ 2.269,43. Serão R$ 269,43 a mais no final ou 13,47% sobre o valor financiado. E você precisa fazer essa conta para ver quanto a mais estará pagando por cada parcela que “cabe no seu bolso”.

Mas quando você vai a uma loja para comprar uma TV nova e o valor está lá: R$ 2.000,00 em até 10 parcela de R$ 200,00, a conclusão é que não há juros. Que maravilha, não? Mas isso não é verdade porque Papai Noel simplesmente não existe e, como diz uma máxima no mundo das finanças, “não existe almoço gratuito”. Nenhum estabelecimento vende um produto para ter prejuízo ou uma margem de lucro muito apertada. O que acontece é que você vai pagar a mais também, só que sem ser avisado(a) e, mais uma vez, em suaves parcelas que também “cabem no seu bolso”.

Algumas empresas, como nessa imagem abaixo, que retirei de uma loja on-line, já mostra o desconto de 10% que você consegue se pagar à vista no boleto. Se depois de suas pesquisas essa for a melhor opção, considere que 10% de uma vez é muito mais do que qualquer aplicação de renda fixa nos dias de hoje, com a taxa Selic a 6,5% ao ano*.

*Atualização em 6/5/2020: nesta data, o Copom definiu a Selic em 3%.

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2- Planeje, pesquise, negocie e pague à vista

Então, temos o segundo fator: quando você for fazer compra, encha-se de paciência e sempre peça desconto para pagamento à vista. Se for difícil negociar naquela loja, mesmo pedindo para “falar com o gerente” (um recurso que geralmente funciona), procure outra e deixe isso bem claro para quem te atender.

Se você ainda não tem total controle sobre suas finanças, isto é, se não tem reserva de emergência (leia nosso post O que é reserva de emergência em finanças pessoais) e, por isso, ainda não consegue pagar no cartão de crédito já com o dinheiro reservado para quitação posterior (nesse caso, para ganhar benefícios, como milhas), pague em dinheiro ou com cartão de débito e livre-se de dívida. Uma compra, um pagamento e fim de papo. Você adquire o que precisa, de forma planejada, e a vida segue para você continuar investindo em seus sonhos.

3- Se acontecer um imprevisto no meio do caminho e você não conseguir pagar o que combinou?

Você concorda que nossa vida é uma montanha-russa e que eventos inesperados podem acontecer a qualquer momento? Pois é, não faltam exemplos de imprevistos na nossa vida ou na de outras pessoas ao nosso redor – amigos, colegas de trabalho, familiares.

E quando algo não programado acontece (como doença, carro batido, gravidez inesperada, perda do emprego etc.) e precisamos achar uma maneira de lidar com a situação (geralmente, gerando despesa extra), adivinhe qual a primeira atitude que você certamente tomará? Não pagar o cartão de crédito, a prestação assumida, o carnê, o financiamento. Por quê? Porque sem planejamento e sem reserva de emergência, vivendo no limite ou até acima do seu orçamento (resultado dos ganhos menos gastos), se você for pagar aquela dívida que fez pode ser que não tenha como cobrir a nova despesa não programada e possivelmente mais urgente.

E se você deixar de pagar uma parcela que seja, os acréscimos por atraso são muito mais significativos.

Por isso, o melhor é viver sem obrigações nesse sentido. Se você precisa adquirir algum bem, comprar roupas etc., espere, planeje, invista por um tempo e pague à vista. Ao longo do caminho, priorize poupar e investir para formar sua reserva de emergência, ou seja, guardar aquele montante que, numa necessidade, será sua tábua de salvação.

4- Não acredite no dito popular de que é preciso endividar-se para adquirir qualquer coisa

Talvez você já tenha ouvido isso por aí ou até acredite nesse ditado, mas não deveria. O que acontece é que, quando você se endivida (e veja que fazer dívida significa assumir qualquer conta/despesa acima de sua capacidade de pagamento, mesmo que você dê conta de arcar com as parcelas – cartão de crédito, carnê, financiamento, empréstimo), você começa (ou pior, continua) a viver no limite, estressado(a), pois como mostrei no item anterior, nada pode dar errado.

Além de suas despesas regulares, como aluguel, transporte, alimentação, educação, contas de eletricidade, de água etc., você precisa dar conta de seus outros compromissos. Viver dessa forma não é normal e não é nada prazeroso.

5- Menos impulso e mais planejamento significa não precisar de parcelamentos

Mudando sua atitude perante o dinheiro e sua forma de gastá-lo certamente farão com que seu orçamento e sua tranquilidade mental te agradeçam.

O melhor caminho é sempre ter suas contas e seus gastos sob controle, consumir com consciência, responsabilidade e planejamento e fazer seu investimento regularmente. Isso não significa que você vai parar de viver. Pelo contrário, pois agindo assim sua capacidade de consumo será ainda maior e você poderá fazer escolhas melhores também (leia nosso post sobre a importância de desenvolver a inteligência financeira: Inteligência financeira – não dá para viver sem ela).

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(Escrito por Amandina Morbeck)

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