- 28/11/2019
- Posted by: AmanMorbeck
- Categories: Educação financeira, Finanças pessoais
O Conselho Monetário Nacional (CMN) limitou os juros do cheque especial em até 8% ao mês em decisão divulgada ontem, dia 27/11/2019, pelo Banco Central (BC), valendo a partir de 6/1/2020. Além dessa taxa, acrescenta-se 0,25% ao mês pela “disponibilização pelos bancos” de limites de crédito acima de R$ 500,00 (imagino que não haverá mais limites abaixo desse valor, uma vez que esse percentual será mais uma fonte de renda para as instituições). De acordo com o BC, essa medida é para penalizar menos as pessoas com menor poder aquisitivo e baixa educação financeira, que são os que mais utilizam essa “facilidade” bancária.
Quem não usa o limite também será taxado
Cheque especial em situações de emergência
Impacto desse 0,25% ao mês sobre seus investimentos
Pode parecer pouco que você seja penalizado(a) em 0,25% ao mês simplesmente por ter o crédito do cheque especial disponível em sua conta, mas se você considerar que a taxa anual para investimentos em renda fixa está em 5% (e com expectativa de cair ainda mais em 2020), isso corresponde a 0,40% ao mês.
Façamos, pois, uma simulação. Digamos que seu limite de cheque especial seja de R$ 1.000,00 e você tenha sua reserva de emergência no mesmo valor, investida em Tesouro Selic ou em CDB diário com 100% do CDI. Então, você tem rendimento de 0,40% ao mês, mas paga 0,25% ao mês ao banco – sobra 0,15%. Considerando que a inflação come uma parte do seu dinheirinho e atualmente ela está na faixa de 2,3% ao ano, isso corresponde a 0,19% ao mês. Como resultado, na verdade você perde 0,04% ao mês… Isso sem falar que os rendimentos nesses papéis não são isentos de Imposto de Renda, o que torna esse resultado negativo ainda maior se for necessário sacar.
Alguns bancos digitais também oferecem saque especial
Em bancos digitais, cheque especial é batizado de “saque especial” e eles aplicarão essa mesma regra definida pela CVM. São eles, nesta data (com o tempo e a entrada de novas instituições, essa lista poderá ser maior): Agibank, Original, Next, Daycoval e Sofisa. Esses dois últimos oferecem um produto diferenciado: o crédito oferecido ao cliente é uma porcentagem do valor investido com eles. Embora os juros sejam mais baixos que nas outras instituições, continuam sendo mais altos que a taxa básica da economia (Selic) e devem ser evitados também.
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Atualização em 7/1/2020:
Entre os grandes bancos, à exceção do Santander, por ora os demais resolveram “abrir mão” da cobrança de 0,25% ao mês sobre o limite não utilizado acima de R$ 500,00 (leia mais aqui). Mas fique ligado(a) porque essa é uma opção momentânea dessas instituições, que pode voltar a valer a qualquer momento. A única questão é que o cliente deverá ser comunicado com antecedência. Se você receber qualquer comunicado informando que será taxado(a) por algo que não utiliza, abra mão desse limite e pare de dar mais dinheiro de graça a esses bancos.
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(Escrito por Amandina Morbeck)
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