Offshore, paraíso fiscal e Paulo Guedes

As palavras offshore e paraíso fiscal voltaram a tomar conta das notícias esta semana com a divulgação, pela revista piauí, sobre a existência de contas com milhões de dólares pertencentes ao ministro Paulo Guedes e família. Embora não seja o único, a repercussão em relação a ele é pelo fato de estarmos falando sobre um ministro de Estado que tem apenas o presidente da República acima dele em termos de poder sobre a economia brasileira, incluindo tudo o que se refere a mercado financeiro, câmbio investimentos e impostos (que é uma das coisas que as empresas offshore querem evitar).

Até onde se tem informação, o montante de US$ 9,55 milhões na conta dele foi conquistado de forma legal, com trabalho e tal, mas a questão é que, por ser servidor do alto escalão do governo, ele é proibido de manter investimentos financeiros no Brasil ou no exterior que possam ser afetados por políticas governamentais – artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, do ano 2000. Imagine o caso dele, cuja função é decidir diretamente sobre o que está ligado a questões econômicas e fiscais…

O que significam offshore e paraíso fiscal

Uma empresa offshore ou “fora da costa” é aquela sediada fora do país de origem da pessoa, com objetivo de fazer investimentos, e geralmente é aberta em algum paraíso fiscal, que recebe essa designação por não cobrar qualquer imposto sobre o dinheiro e fornecer proteção e sigilo. Ter dinheiro em offshore não é crime, desde que seja informado à Receita Federal. Por outro lado, há uma questão bem relevante envolvendo essas transações: porque o sigilo bancário é absoluto, isso dificulta o rastreamento do dinheiro, inclusive para saber se o valor informado no país onde a pessoa declara seus impostos está realmente correto e se ele tem origem lícita ou não.

Alta do dólar favorece investimentos em paraísos fiscais

Pontos críticos em relação a Paulo Guedes e sua preferência por paraíso fiscal – no seu caso, as Ilhas Virgens Britânicas, em vez de deixar seu rico dinheirinho no Brasil:

  1. Continuar a ser o administrador da offshore.
  2. Ao ser favorável à alta do dólar aqui, é beneficiado em seus investimentos lá fora.
  3. Contrário à maioria dos brasileiros, essa estratégia faz com que ele deixe de pagar ou atrase o pagamento do que deve à Receita Federal, órgão sobre o qual tem poder.
  4. Com isso, ele protege o próprio dinheiro de riscos políticos, fiscais e econômicos relacionados ao governo do qual faz parte e no qual tem um papel de extrema importância. Dizer que há muito conflito de interesses nisso tudo que foi revelado ainda é pouco.

Outros paraísos fiscais pelo mundo: Andorra, Ilhas Cayman, Bahamas, Bermudas, Países Baixos [ex-Holanda], Luxemburgo, Cingapura, Ilha de Man, Ilhas do Canal, Irlanda, Maurício, Mônaco, Suíça, Malta e Hong Kong) –

Aproveite e leia a matéria completa na revista piauí clicando na janela abaixo:

https://piaui.folha.uol.com.br/paulo-guedes-tem-offshore-milionaria-em-paraiso-fiscal/

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Escrito por Amandina Morbeck | Imagem: Reprodução

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