Caderneta de poupança teve o pior resultado em 30 anos

Entre setembro de 2020 e agosto de 2021 a caderneta de poupança teve o pior resultado em 30 anos – precisamente, desde outubro de 1991, quando a inflação no Brasil estava totalmente sem controle e o resultado da poupança foi de -9,72% após o desconto do índice inflacionário. Nesses últimos 12 meses e também já descontada a inflação, a rentabilidade da queridinha do brasileiro foi de -7,15%. Ou seja, quem manteve o dinheiro investido nesse produto ficou mais pobre, pois o poder de compra caiu consideravelmente.

Mas esse resultado negativo não afetou apenas a caderneta de poupança, mas qualquer investimento de renda fixa cujo referencial é a taxa Selic ou a taxa DI. Por exemplo, um CDB com rendimento de 100% da taxa DI teve rentabilidade real de -6,35% após o abatimento da inflação.

Levantamento feito pela XP Investimentos mostra que, nos últimos 3 anos até julho de 2021, a inflação medida pelo IPCA ficou em 16,51%, enquanto a rentabilidade da poupança foi de 9,48%.

O que fazer diante desse cenário?

Manter a calma, mas não se acomodar. É muito importante considerar que, quando há planejamento financeiro com metas e objetivos bem definidos, a carteira de investimentos deverá ser diversificada e balanceada, combinando ativos de renda fixa com outros de renda variável. O que não é recomendado por especialistas é deixar todo o capital investido num só produto, como acontece com tantas pessoas que vêm a caderneta de poupança – ou apenas produtos de renda fixa – como a única opção. Sem conhecimento, elas não compreendem que, mantendo essa prática, a cada ano podem ficar mais pobres sem perceberem.

Mas para fazer mudanças relacionadas ao patrimônio financeiro é fundamental ter conhecimento suficiente para saber onde está pisando, principalmente se for de forma independente. Contar com a ajuda de profissionais de confiança economiza tempo e “bateção” de cabeça, bem como possíveis perdas financeiras.

Mais importante que tudo, porém, é nunca ir atrás de recomendações feitas de forma generalizada por influencers, anúncios de corretoras ou de bancos, e-mails oferecendo produtos etc. Como outro dia vi um post no Twitter com a chamada para que quem tivesse “a partir de R$ 1.000 que começasse a investir em renda fixa, bolsa brasileira, S&P 500, Nasdaq, ouro e mais”. Eu fico assustada quando vejo esse tipo de coisa. Não só porque o valor é muito baixo para tanta diversificação, mas também porque não há qualquer referência ao ponto mais relevante quando consideramos o cuidado com o dinheiro: planejamento (começo, meio e fim) com definição de objetivos, comprometimento com aportes mensais, reinvestimentos ao longo do caminho, perfil e tantas outras variáveis que vêm antes de qualquer investimento. Como sempre afirmo, investir é a última parte do processo que envolve o cuidado com as finanças pessoais.

Saiba mais acessando o artigo Poupança tem o pior resultado dos últimos 30 anos. É hora de sacar?

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Escrito por Amandina Morbeck

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